segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Se a casa vai cair, pelo menos tire o carro da garagem

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“For most problems the Marine is issued a solution. If ill, go to sickbay. If wounded, call a Corpsman. If dead, report to graves registration. If losing his mind, however, no standard solution exists.”
Anthony “Swoff” Swofford, in Jarhead.

As pessoas dizem que existem apenas duas coisas certas na vida: a morte e os impostos.

Pessoalmente, eu diria que ainda há mais uma coisa certa na vida, que é o sofrimento.
Infelizmente, no entanto, por mais que nossos pais se esforcem, ninguém nos ensina a lidar com as crises na nossa vida.
Na verdade, quase ninguém.
Na falta de definição melhor, considero crise como um acontecimento extraordinário que cria uma situação de fato diferente daquela desejada pelo sujeito da crise.
Independentemente da origem, as crises demandam um certo deltatê até que se resolvam ou sejam resolvidas. Porque sim, crises foram feitas para serem superadas. A forma pela qual você supera uma crise varia de crise para crise. Algumas demandam trabalho objetivo, outras a passiva omissão.
Independentemente, no entanto, de qual a solução para o problema, algumas técnicas são de grande valia para diminuir os danos sofridos e, conquanto eu tenha aprendido a maior parte delas em um manual das forças armadas norte americanas, elas se aplicam a quase tudo.
Notadamente a relacionamentos afetivos.

Regra número 1: Não perca a cabeça.
Ok, a casa caiu, a chapa esquentou, fudeu tudo e a situação embucetou de vez. Isso é um problema.
A última coisa que você precisa agora é perder a cabeça, se desesperar e sair por aí fazendo merda.
Quando você está numa situação de sobrevivência na selva, o conselho dado é: aproveite as primeiras horas para analisar a situação, porque depois, você vai estar sujeito ao estresse e vai ficar mais difícil pensar.
Em caso de relacionamentos afetivos, no entanto, é o contrário: agir no calor do momento é deveras problemático.
Distancie-se do problema e, depois, com calma, avalie o estrago sofrido.

Regra número 2: Respeite o seu corpo.
Tenha em mente uma coisa: em uma crise você vai precisar de toda a sua capacidade afetiva, mental e cerebral para resolver o problema.
E, infelizmente, ninguém pensa bem com sono, com fome, desidratado, bêbado, etc, etc.
E eu digo isso porque uma amiga brigou com o namorado e o que ela vez? Passou a noite em claro e emendou indo trabalhar.
Isso só atrapalha. É como querer correr a São Silvestre com pesinhos nas pernas: beleza, é possível, mas o desgaste é péssimo pra você.

Regra número 3: Mantenha a sua Rotina.
Uma das ordens para os soldados no campo de batalha é: barbeie-se todos os dias.
Não que se barbear seja algo muito importante, não é. Mas um campo de batalha é, por definição, a crise na terra. Quanto mais a sua vida for rotineira, mais fácil vai ser sobreviver.
Tradução: Vá na academia como sempre vai, almoce como sempre almoça, trabalhe normalmente, não tente fazer nada que demande um esforço extraordinário de você e as coisas vão ser melhores.

Regra número 4: Minimize os problemas.
Há algum tempo, eu disse que desgraça nunca vem sozinha.
A parte importante do texto era que os problemas vem em grupinho porque você toma a primeira porrada, desconcentra e de repente vêm um monte de coisa que você manejaria, não fosse a primeira porrada.
Ok, você se fudeu, terminou um namoro, tomou um pé na bunda, foi jogado pra escanteio, tomou no cu, tá na merda, no fundo do poço.
Beleza. A última coisa que você precisa são mais problemas.
Simples assim.
Não perca o controle das outras coisas na sua vida: trabalhe, cumpra suas obrigações, cumpra seus compromissos, continue estudando, cuide da sua saúde, etc, etc.
Se a casa vai cair, pelo menos tire o carro da garagem.
Que eu me lembre, agora, é só isso. Se eu conseguir colocar de uma forma não piegas, logo eu posto o grande segredo da resolução de problemas.


 
 
 
Não, eu não sou uma pobre garota apaixonada que terminou com o namorado. Por acaso ele ainda está por aqui. Os problemas aqui vão muito além disso.
 
Mas a metáfora foi interessante.

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